sábado, 25 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Abaixo-Assinado PELO DIREITO À CIDADE. Contra a privatização das ruas na freguesia de Bonfim!
Abaixo-Assinado
PELO
DIREITO À CIDADE
CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DAS RUAS NO BONFIM!.
Ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Junta de Freguesia
de Bonfim
Exmo Sr José Manuel Carvalho
Edificio da Junta de Freguesia
Largo de 24 de Agosto
Os cidadãos portugueses
abaixo-assinados, residentes na nossa freguesia de Bonfim, funcionários
públicos, trabalhadores, comerciantes, reformados, donas de casa, estudantes e
industriais da nossa freguesia, solicitam que Vossa Excelência tome as devidas
previdências na defesa do direito de uso
do espaço público nas nossas ruas. Aliás, como deve ser do seu conhecimento, o
número de lugares de estacionamento concessionados, pagos, tem aumentado de
forma exponencial, reduzindo quase a zero os lugares gratuitos que existiam e
desta forma penalizando as famílias, instituições e empresas que residem e
exercem a sua actividade nesta freguesia de Bonfim.
Esta
privatização do espaço público das nossas ruas, agrava a qualidade de vida e
lança mais um imposto de forma encoberta sobre as familias e empresas que se
localizam nesta área urbana densa e envelhecida, dificultando a mobilidade, a
residencialidade, a habitabilidade e o direito ao trabalho.
Numa freguesia com uma taxa
de envelhecimento absolutamente trágica, com uma população em deslocação para
fora da freguesia, com um decréscimo acentuado e complexo de demografia, motivada
por várias razões, das quais salientamos aquelas que nos parecem ser mais
estruturantes e condicionantes: i) a degradação do parque habitacional; ii) a
falta de emprego; iii) a pobreza; e iv) a dificuldade de acesso a uma habitação
condigna e a custos acessíveis.
As políticas de renovação urbana devem promover a inclusão e a diversidade social, cultural e económica
nas cidades a partir da construção de um modelo sustentável de sociedade e vida
urbana que assente nos princípios da solidariedade, da liberdade, da igualdade
e da justiça social.
É com base no princípio do
Direito à Cidade, que os governos locais podem e devem garantir o usufruto
equitativo das cidades dentro dos princípios da sustentabilidade e da justiça
social.
Impedindo a implementação de
programas e modelos urbanos especulativos que promovam a gentrificação e a
privatização de usos no espaço público da cidade, agravando a qualidade de vida
e a coesão social, originando soluções monofuncionais e pobres no uso do
espaço, e consequentemente deslocando e desterritorializando os seus habitantes
para fora da malha consolidada da cidade do Porto.
Assim, solicitamos a V. Exa
que este assunto seja agendado e discutido nesta Assembleia de Freguesia
alargada a todos os munícipes e que se faça chegar em forma de protocolo este
mesmo abaixo-assinado e respectiva acta da Assembleia de Junta de Freguesia
anexa, ao Exmo Sr.º Presidente da Assembleia Municipal do Porto para discussão e
tomada de posição, de forma a restaurar os direitos destes cidadãos, alienados
pela despropositada privatização do espaço público nas ruas Rua Morgado Mateus,
Rua do Bonfim, Avenida Rodrigues de Freitas, Rua do Heroísmo, Rua Duque da
Terceira, Rua Duque de Saldanha e de outras que serão objecto dessa mesma acção
num tempo futuro, como por exemplo: as ruas de António Granjo, António
Carneiro, Av. Camilo, Rua Conde de Ferreira, Rua Ferreira Cardoso e Rua Barão
Nova Sintra.
Na forte convicção de sermos
atendidos neste pleito, encaminhamos este documento em X folhas numeradas e
assinadas por todos.
Aproveitamos este
documento, e nomeamos o Sr. Prof. Fernando Matos Rodrigues ( telem.n.º 93938632907;
email: mat.rodrigues@sapo.pt), como nosso representante, para maiores esclarecimentos
e encaminhamentos.
Porto, 9 de Fevereiro de
2017
Nome
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Profissão
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Cartão de Cidadão
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Assinatura
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Exposição - Cidade da Participação em Évora!
A exposição CIDADE DA
PARTICIPAÇÃO, centrada na reabilitação da Ilha da Bela Vista na cidade do Porto
pretende dar a conhecer o processo que esteve na implementação do Programa da
Habitação Básica Participada por parte do Laboratório de Habitação
Básica/Imago/CICS.Nova_Pólo UMinho, numa parceria com a Associação de Moradores
da Ilha da Bela Vista e Câmara Municipal do Porto proprietária da ilha.
A implementação deste programa
teve como objectivo potenciar as vantagens da complexidade da ilha da Bela
Vista, inscritas na sua morfologia, na sua escala, na sua tipologia e na sua
integração no lote de rua. A partir daqui, foi possível envolver e organizar a
comunidade na procura de uma solução participada e interactiva com a equipa do
Laboratório e poderes políticos. Instalamos o Laboratório numa das casas da
Ilha que servia de sede da Associação de Moradores, que durante dois anos
consecutivos trabalhou em sintonia plena com a Associação e com os moradores da
Bela Vista. Desde cedo o espaço foi ganhando a sua centralidade, como lugar de
trabalho e de convívio entre a equipa técnico-científica do
Lahb/Imago/CICS.Nova_UM (arquitectos, antropólogos, sociólogos e assistentes
sociais) e a comunidade que participava nas discussões e nos trabalhos que se
foram desenvolvendo de acordo com as fases do projecto.
As reuniões de trabalho eram
participadas e alongavam-se pelas manhãs e tarde e noites dentro. Ninguém tinha
pressa em chegar a uma conclusão sem que estivesse garantida a exaustão da
participação. Os desenhos, as maquetas de estudo, o riscar num quadro de
ardósia eram instrumentos essenciais na procura e na definição de um programa
que se adapta-se às formas e modos de vida daquela comunidade. Esclarecendo
duvidas, projectando conceitos e construindo soluções com cada um dos seus
habitantes, sempre em função das suas necessidades e da disponibilidade do
orçamento.
A partir deste processo de
arquitectura básica participativa construímos um programa e um conceito de
habitar que se vai adaptar de forma inteligente ao programa da pré-existência,
de forma a valorizar as noções espaciais de densidade, de ritmo, de composição
das suas colunas bem como a composição social e a identidade cultural dos usos
dos espaços exteriores e interiores.
Aqui, coloca-se a definição de um
conceito e de um programa básico que incorpore de forma harmoniosa e
equilibrada as aspirações de uma comunidade que “sonha com uma casa nova”! Este
conceito recupera o conceito de habitar como espaço da intimidade e da
domesticidade, privilegiando a idiossincrasia de cada família numa relação directa
com a rua, com o pático, com a praça. Na construção de uma identidade
expressiva de casa com porta para a rua, na possibilidade de a casa se
prolongar do espaço interior para o espaço exterior da rua, sem
constrangimentos e sem conflitualidades no seu estar consigo e com os
outros. A incorporação do tanque, do
banco e da entrada de porta recuada, permite a construção de espaços de grande
complexidade que nos ligam o espaço de dentro a um espaço de fora.
Um programa que se quer capaz de
valorizar as experiências individuais (de cada família e de cada individuo no
seio do grupo familiar) bem como a valorização das relações colectivas dentro
da comunidade no uso dos espaços comunitários (hortas comunitárias, jardins,
praças, ruas, equipamentos colectivos).
Neste programa a parte económica
não sendo determinante é contudo condicionante e (in)formativa. Estamos perante
um programa de casas básicas com custos muito reduzidos, mas que se querem
muito eficientes em conforto, segurança e durabilidade. A poética
arquitectónica também lá está incorporada na fachada pintada de branco, nas
persianas exteriores afastadas da parede, na escada autónoma da parede
possibilitando outra ambiência e outra interacção entres os espaços de cima e
os espaços de baixo, entre os diversos compartimentos, no escritório ao cimo
das escadas, no pequeno pátio que permite trazer a luz para todos os
compartimentos e a ventilação, resolvendo desta forma as velhas patologias
construtivas das ilhas (humidades e infiltração de águas pelos telhados e
paredes da estrutura, falta de luz e de ventilação, ausência de banhos e de
cozinhas).
A proposta de programa de
habitação básica participada para a reabilitação da Ilha da Bela Vista vai
deste modo incorporar estes princípios e conceitos no programa e projecto de
arquitectura da autoria do Arquitecto António Cerejeira Fontes e na coordenação
de programa e de modelos participativos do Antropólogo Fernando Matos Rodrigues
e do sociólogo Manuel Carlos Silva (ambos directores do Lahb).
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