ILHAS DO PORTO PROJECT - 2013
- Cartografias Invisivéis de Habitar a Cidade
1 -Introdução
Este Porjecto sobre as Cartografias Invisivéis do Habitar, insere-se no âmbito do programa da cadeira de Antropologia do Espaço, do 2.º ano do Mestrado Integrado em Arquitectura na ESAP 2012/2013.
Ao longo de mais de duas décadas que estudamos o fenómeno do habitar em torno das Ilhas da Cidade Metropolitana do Porto. Os alunos do Mestrado Integrado de Arquitectura têm desenvolvido um conjunto diversificado de estudos sobre as formas e os modos do habitar nas Ilhas da cidade.
Ao longo de mais de duas décadas que estudamos o fenómeno do habitar em torno das Ilhas da Cidade Metropolitana do Porto. Os alunos do Mestrado Integrado de Arquitectura têm desenvolvido um conjunto diversificado de estudos sobre as formas e os modos do habitar nas Ilhas da cidade.
Neste Projecto associamo-nos ao Instituto Superior de Serviço Social do Porto, uma instituição Universitária com grande tradição no estudo das Ilhas e na formação de técnicos superiores nas áreas do Serviço e Apoio Social.
Contamos assim, com a colaboração da Professora Berta Granja e dos seus estagiários. Bem como de toda a equipa que nos tem acompanhado nestes últimos anos, Mestre Maria João Carvalho (CMP); Drª Ana Natálio(FEUP), o Arqto Filipe Silva (MIA-ESAP),Prof. Arqto David Viana (MIA-ESAP), Professor J A Rio Fernandes (FLUP), Director do Curso de Arquitectura Nicolau Brandão e do Prof. Gonçalo Louro; Susana Milão; Michelle Cannatà (MIA-ESAP), Jorge Ricardo Pinto (MIA-ESAP/FLUP), Arqto Manuel Ribeiro (C.M.P.), Prof,Arqto João Granadeiro Cortesão (FEUP) o escritor e jornalista Germano Silva, que com a sua sabedoria e o seu conhecimento sobre a cidade nos tem dado aquele suplemento intelectual e afectivo que tanto nos motiva e enriquece.
Contamos assim, com a colaboração da Professora Berta Granja e dos seus estagiários. Bem como de toda a equipa que nos tem acompanhado nestes últimos anos, Mestre Maria João Carvalho (CMP); Drª Ana Natálio(FEUP), o Arqto Filipe Silva (MIA-ESAP),Prof. Arqto David Viana (MIA-ESAP), Professor J A Rio Fernandes (FLUP), Director do Curso de Arquitectura Nicolau Brandão e do Prof. Gonçalo Louro; Susana Milão; Michelle Cannatà (MIA-ESAP), Jorge Ricardo Pinto (MIA-ESAP/FLUP), Arqto Manuel Ribeiro (C.M.P.), Prof,Arqto João Granadeiro Cortesão (FEUP) o escritor e jornalista Germano Silva, que com a sua sabedoria e o seu conhecimento sobre a cidade nos tem dado aquele suplemento intelectual e afectivo que tanto nos motiva e enriquece.
Procedimento metodológico
A partir de uma base teórica e de um conjunto de instrumentos e técnicas de pesquisa, associando as competências naturais que um aluno de Arquitectura adquire no seu curso (desenho de estudo, maquetes de estudo, levantamentos rigorosos, etc.), os alunos vão para um contexto de estudo de caso, onde o trabalho de campo lhes permite estudar, caracterizar e identificar as diversas tipologias e mapas de apropriação do espaço num bairro - tipo Ilha.
O tema deste ano está associado à ideia de que a Ilha é um Bairro Invisivel no contexto da cidade aberta e conhecida, partilhada por todos, os de cá e os de lá, os de dentro e os de fora.
Ao longo destas últimas
duas décadas fomos visitando estes bairros da cidade, falando com os seus
residentes e respectivas associações de moradores
acompanhando os seus trajectos de vida, partilhando experiências e discutindo alternativas
e modelos para a sua renovação arquitetónica e valorização enquanto tipologia
tipicamente urbana. Visitamos as suas pequenas casas, partilhamos a sua mesa, a
sua hospitalidade, as suas aspirações e a sua vizinhança. A partir daqui, foi possível
sistematizar um conjunto de instrumentos que nos permitiram compreender a
habitação, os modos de habitar, a sua espacialização, as suas relações sociais
e respectivos jogos identitários nas ilhas do Porto.
Para nós, que estamos a estudar e a ensinar Antropologia
do Espaço a alunos de arquitetura, e, considerando mesmo, que a arquitetura
deve manter uma função social, e deste modo patrocinar uma intervenção
programática e conceptual ao serviço das classes e dos grupos sociais mais
vulneráveis e excluídos da nossa cidade, fomos acompanhando as aspirações, os problemas e as dificuldades destas populações que vão resistindo e se adaptando à cidade global e periférica, em rede se quiserem[1].
Este nosso trabalho sobre as ilhas do Porto, é uma experiência única quer do
ponto de vista social e humano, quer também do ponto de vista do entendimento
do que é viver e habitar nas ilhas da nossa cidade.
Aos nossos alunos e foram muitos que ao longo destes vinte e dois anos nos acompamharam, neste Projecto de Arquitectura e Intervenção Social, o nosso muito obrigado. Quer pelo empenho e competencia na elaboração dos estudos e propostas de intervenção arquitectónica, quer pela sua sensibilidade estética e social, de forma a contribuirem para um melhor e mais qualificado espaço do habitar - a ilha.
Aos nossos alunos e foram muitos que ao longo destes vinte e dois anos nos acompamharam, neste Projecto de Arquitectura e Intervenção Social, o nosso muito obrigado. Quer pelo empenho e competencia na elaboração dos estudos e propostas de intervenção arquitectónica, quer pela sua sensibilidade estética e social, de forma a contribuirem para um melhor e mais qualificado espaço do habitar - a ilha.
Sobre a importância dos
bairros populares dentro da cidade consolidada, M. CASTELLS e J. BORJA (1997:207
e ss.) consideram que perante a explosão social e a fragmentação da morfologia
urbana, bem como perante a exclusão urbana e a guetização das camadas mais
desprotegidas. Torna-se imperativo apontar para uma valorização categórica e urgente destas "ilhas", de forma implementar
políticas de direito à cidade e à habitação, valorizando a integração de grupos
sociais e económicos heterogéneos e diferenciados. Contribuindo para a inclusão
urbana a partir de uma maior complexidade social, económica e política.
Este estudo estruturou-se a
partir de um conjunto de métodos qualitativos e de teorias próprias da
Antropologia do Espaço, que dessem resposta ao nosso projeto de estudo sobre as
«Ilhas» na cidade do Porto.
Em especial, utilizamos os instrumentos
antropológicos, que nos remetem para um certo intimismo das respostas e das
experiencias dos seus atores. Privilegiando os estudos qualitativos, desde as
entrevistas informais e formais, passando pelas análises etnográficas de casos
concretos.
Trata-se de um modelo interpretativo e explicativo próprio do método
weberiano da compreensão. Neste contexto os autores clássicos como Durkheim,
Weber, Marx, que acompanharam todo o pensamento moderno tornaram-se
obrigatoriamente referências para este tipo de estudos de antropologia urbana
ou do espaço urbano, como é o caso das «Ilhas» do Porto.
Conceitos como
comunidade, sociedade, reciprocidade, afetividade, ganham aqui e agora um papel
central na explicação e na compreensão destes fenómenos sociais. Sobre esta
problemática Parsons por exemplo, desenvolve alguns estudos, que nos levam a
questionar as chamadas «variáveis-padrão», em torno dos conceitos comunidade e
sociedade, apontando como características de uma comunidade: a orientação
coletiva; a afetividade; a “ascription”; a difusidade; e os
particularismos.
Este tipo de esquema se inicialmente foi considerado típico
das sociedades rurais, depressa se verifica que não é de todo nem em parte
verdade; pois, pode também acontecer nas sociedades urbanas. E no caso concreto
das «Ilhas» do Porto ele é duplamente constatado pelo facto de serem pequenas
comunidades que vivem mergulhadas para o seu interior e com uma população com
origem campesina.
Local de Intervenção
- Ilhas das Freguesias do Bonfim e de Campanhã / Porto.
Visitas aos locais de estudo
- Dia 24 de Novembro das 9.00 às 18.30
Local de encontro
- Largo de S. Domingos (ESAP), com partida às 8.40
[1] Como por exemplo, a Associação de Moradores do Bairro da Bouça, e a
Associação de Moradores da Ilha da Bela Vista. Foram várias as iniciativas em
que o Senhor Fontelas e o Senhor Mário Pinto (Presidente e Vice-Presidente da
Associação de Moradores da Ilha da Bela Vista, participaram dando a sua opinião
e discutindo com os alunos e professores do Curso de Arquitetura da ESAP, fosse
em contexto de Aula Aberta ou nos Debates/Mesas-Redondas que organizamos no
Plano B, no Labirinto Bar, Auditório do Palácio da Bolsa, ou ainda no
Restaurante “Canto do Rocha” sito na Rua de S. Victor, um dos locais mais
emblemáticos das Ilhas do Porto, ou mesmo em contexto de trabalho de campo na
Ilha, as várias possibilidades e as várias funções que a ilha da Bela Vista
poderia albergar num projecto futuro.
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