sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Familia de Etnia Cigana ocupa largo central do Bairro do Cerco - Porto

A habitação e o direito à habitação estão na agenda social e politica do nosso país e do mundo em geral. É impressionante o número de pessoas que não têm ainda um abrigo para viver e desenvolver as suas tarefas minimas de bem estar social, ambiental e cultural.

Na cidade do Porto o problema é de grande complexidade pelo número de pessoas que vivem em situações de grande fragilidade social e ambiental, bem como uma grande percentagem que ainda não consegue fazer face aos custos de uma habitação digna.

Este caso da familia Mariano que vivia numa tenda instalada em pleno largo do Bairro do Cerco, é um exemplo dessa falta de uma politica habitacional para dar resposta a aqueles que não possuem nada, mesmo nada que os possa habilitar a ter uma casa no âmbito da politica social do municipio portuense.

Esta tenda que serve de habitação a um casal e a quatro filhos com as idades de 4,6,7,15 e 17 anos de idade, é no fundo uma instalação viva, com pessoas lá dentro, com sentimentos, com indignação por parte daqueles que em pleno século XXI ainda não têm um pequeno casulo onde se possam proteger da natureza e dos olhares descriminatórios da sociedade. O racismo também mora por estes lados, não tem cor, nem sexo, sem religião; mas é fruto de uma classificação liberal de ter ou não sucesso nesta sociedade de capitalismo selvagem.

Quando se gastam milhares de milhões em submarinos, em material de guerra, em desperdicios e em corrupção, lá fora temos familias com crianças e velhos a passar fome e a mendigar um abrigo.

Esta sociedade é demasiado agreste e fria, calculista e racional, e é fonte de todos os males sociais. É preciso uma nova Agenda Politica, mais solidária e humanista. Que abandone as palavras e os discursos e nos actos demonstre a sua matriz social de inclusão para todos.